Friday, February 2, 2007
Amadora-Sintra - Familiares de doentes receiam contágio
Duas pessoas estão internadas em quartos de isolamento no Hospital Amadora-Sintra depois de lhes ter sido diagnosticada tuberculose, uma das quais suspeita de multirresistência. Este é, aliás, um problema que preocupa tanto familiares como os médicos especialistas, que consideram “elevado” o número de infectados que aparece todos os anos naquele estabelecimento de Saúde, cerca de uma dezena.
Fátima L., prima direita de uma mulher que ficou internada de urgência naquele hospital há dois dias, encontrando-se num dos quartos de isolamento – onde existe pressão negativa, que impede a entrada e saída de ar –, manifestou-se ao CM preocupada com um eventual contágio em si ou em outros membros da família.
“A tuberculose preocupa qualquer pessoa e também fiquei com medo de que a minha prima nos tivesse contagiado. Já fui ao centro de saúde, mas a médica disse para não entrarmos em pânico até sabermos os resultados dos exames que estão a fazer-lhe no hospital, o que deve acontecer ainda hoje [ontem] ou amanhã.”
A chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital Amadora-Sintra, Cecília Longo, confirma que aquela unidade de Saúde recebe muitos casos de tuberculose multirresistente. Segundo a médica pneumologista, a dificuldade no tratamento deve-se ao facto de os doentes desenvolverem a resistência aos medicamentos anti-bacilares (antibióticos específicos) devido à interrupção do tratamento. “Recebemos por ano cerca de uma dezena de doentes multirresistentes, o que é muito preocupante porque são doentes muito difíceis de tratar.”
O tratamento da tuberculose pode obrigar ou não ao internamento, o que sucede na maioria das vezes e dura cerca de quatro a cinco meses. “Muitas vezes, os doentes abandonam a terapêutica a meio, quando começam a sentir melhoras, o que vai provocar resistência do organismo ao antibiótico, tornando-o mais vulnerável ao bacilo de Koch, o agente da tuberculose.”
Cecília Longo lembra o caso de um jovem que esteve internado durante quatro anos, por períodos alternados. “Fazia o tratamento e negativava [apresentava ausência de sintomas da doença] mas interrompia a medicação e voltava a apresentar sinais da tuberculose.”
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