Tuesday, January 23, 2007

Durão Barroso afirma que Portugal tem desenvolvido energias renováveis





O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse hoje que Portugal tem feito «coisas muito interessantes» no domínio das energias renováveis, uma das vias para atingir os objectivos de redução das emissões de gases com efeitos de estufa

No dia em que apresentou em Bruxelas um pacote de medidas de política energética que contempla uma redução de pelo menos 20 por cento das emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia até 2020, comparativamente a 1990, Durão Barroso afirmou aos jornalistas portugueses que a meta é ambiciosa mas exequível, cabendo aos Estados-membros decidir como atingi-la.
Questionado sobre a energia nuclear, José Manuel Durão Barroso afirmou que «a Comissão aí tem de respeitar um princípio que é essencial, que é o direito dos Estados-membros em tomar uma posição numa matéria que divide imenso a opinião pública» e insistiu que compete aos 27 decidirem «se querem ou não querem avançar» par ao nuclear.

Durão Barroso destacou que o executivo comunitário fixou «objectivos globais em termos de redução da emissão dos gases com efeitos de estufa, e é sabido que o nuclear ajuda a realizar esse objectivo, isso é um facto, não é uma opinião, mas se os Estados-membros querem fazê-lo através do nuclear ou não é da sua responsabilidade».

«Aqueles que quiserem desenvolver a energia nuclear podem contar com o apoio da Comissão Europeia no âmbito sobretudo da segurança, pois essa é nossa obrigação», acrescentou.

Durão Barroso, que durante a conferência de imprensa reafirmou então a posição «agnóstica» do executivo na questão do nuclear, realçou que todavia a Comissão assume uma «posição clara e inequívoca a favor» das energias renováveis, e indicou que «por exemplo Portugal está neste momento a desenvolver bastante as energias renováveis».

«Portugal tem feito coisas muito interessantes em termos de energias renováveis e essa é precisamente uma das vias para atingir esse objectivo», assinalou, voltando a insistir que cabe aos Estados-membros escolher a forma como atingir os objectivos traçados.

«Precisamente porque queremos que os Estados-membros cumpram é que deixamos em aberto como cumprir», afirmou.

Relativamente ao mercado energético e às propostas da Comissão relativamente à separação de competências a nível de produção e distribuição de energia, Durão Barroso sustentou que a Comissão tem uma «preferência clara pela separação completa entre os fornecedores de energia e aqueles que são os proprietários das redes de energia», em termos de propriedade.

Todavia, o documento hoje adoptado pelo executivo comunitário contempla «formas não tão ambiciosas de o fazer, nomeadamente podendo manter a propriedade mas havendo uma gestão independente da rede, que é mais ou menos o que acontece hoje em Portugal com a REN e as empresas de electricidade», apontou Durão Barroso.

De acordo com dados hoje divulgados pela Comissão Europeia, a produção de energia em Portugal aumentou 45 por cento entre 1990 e 2004, mas a quase totalidade da energia consumida (83,6 por cento, contra 50 por cento de média na UE) está dependente da importação.

Por outro lado, Portugal vai falhar o objectivo de produzir 39 por cento do consumo bruto de electricidade a partir de fontes renováveis de energia em 2010, já que a produção portuguesa de energia - que é feita apenas a partir de fontes primárias renováveis, principalmente a água - tem-se afastado progressivamente do patamar estipulado.



SOL/LUSA

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